Ele passava por ela todos os dias. Ela vivia indiferente à sua presença. Todos os dias ela caminhava acelerada calçada fora, sempre olhando o relógio demonstrando que estava atrasada. Todos os dias ele esperava por ela, debaixo do toldo do café da esquina. Seu coração batia mais forte quando a avistava no inicio da rua. Passo apressado, sempre bem arranjada, telemóvel na mão, cabelo solto ao vento, seus caracóis caíam em grandes cachos ao redor do seu rosto. Nos seus caracóis o pormenor que mais o deliciava, as flores no cabelo. Pequenas, discretas tal como ela. Mas no seu todo produziam um efeito visual magnífico.
Ela passava por ele, nunca o via. Ou se via fingia não ver. Nunca os olhares se cruzaram, nunca por momento algum ela pareceu vê-lo dia após dia à sua espera. Um dia trouxera-lhe uma flor, ficou ali de flor na mão à sua espera. Mas nesse dia ela não viera. E ele ficou triste. Caminhou cabisbaixo até ao escritório, subiu as escadas. O mesmo frenesim de sempre o envolvia, pessoas a correr de um lado para o outro. Olhou para a secretária dela. Ela já lá estava, ficou surpreso. Dirigiu-se à sua própria secretária, a flor ainda na sua mão.
- Vens tarde hoje - comentou ela
Olhou-a estupefacto. Nunca trocaram uma palavra, ele pensava que ela nem sabia da sua existência.
- Hmmm - balbuciou... não conseguindo estruturar uma frase.
- Não te vi hoje na esquina. - comentou enquanto lhe piscava o olho - Que linda flor é para mim?
Ele olhou-a bem fundo nos olhos. Num gesto de atrevimento aproximou-se, pegou no gancho que lhe segurava uma madeixa de cabelo e prendeu lá a sua flor.
- Fica-te muito melhor uma flor natural! - disse ele ao mesmo tempo que soltava o caracol que segurava entre os dedos. - Porque nunca falas-te comigo antes?
- Porque só hoje quando passei por aquela esquina e não te vi lá, me apercebi que me fazias falta. A tua presença diária dá-me segurança, o teu olhar coragem. E aquela esquina nunca me pareceu tão triste como hoje, sem tu ali.
- Mas tu nem me vias. Passavas por mim e nem um bom dia.
- Ah mas eu via, vi-te todos os dias que esperavas por mim. Vi-te nos dias de sol, vi-te nos dias de chuva. Mas não te vi hoje. Onde estavas?
- Mas eu estive lá, como sempre à mesma hora.
Olhou para o relógio nervoso, que teria acontecido? Ele não se atrasara. Corou, sentindo-se envergonhado: - Esqueceu-me que mudava a hora! - confessou
Riram-se os dois. Ela convidou-o para um café, ele aceitou. Juntos desceram ao café da esquina.
Ela passava por ele, nunca o via. Ou se via fingia não ver. Nunca os olhares se cruzaram, nunca por momento algum ela pareceu vê-lo dia após dia à sua espera. Um dia trouxera-lhe uma flor, ficou ali de flor na mão à sua espera. Mas nesse dia ela não viera. E ele ficou triste. Caminhou cabisbaixo até ao escritório, subiu as escadas. O mesmo frenesim de sempre o envolvia, pessoas a correr de um lado para o outro. Olhou para a secretária dela. Ela já lá estava, ficou surpreso. Dirigiu-se à sua própria secretária, a flor ainda na sua mão.
- Vens tarde hoje - comentou ela
Olhou-a estupefacto. Nunca trocaram uma palavra, ele pensava que ela nem sabia da sua existência.
- Hmmm - balbuciou... não conseguindo estruturar uma frase.
- Não te vi hoje na esquina. - comentou enquanto lhe piscava o olho - Que linda flor é para mim?
Ele olhou-a bem fundo nos olhos. Num gesto de atrevimento aproximou-se, pegou no gancho que lhe segurava uma madeixa de cabelo e prendeu lá a sua flor.
- Fica-te muito melhor uma flor natural! - disse ele ao mesmo tempo que soltava o caracol que segurava entre os dedos. - Porque nunca falas-te comigo antes?
- Porque só hoje quando passei por aquela esquina e não te vi lá, me apercebi que me fazias falta. A tua presença diária dá-me segurança, o teu olhar coragem. E aquela esquina nunca me pareceu tão triste como hoje, sem tu ali.
- Mas tu nem me vias. Passavas por mim e nem um bom dia.
- Ah mas eu via, vi-te todos os dias que esperavas por mim. Vi-te nos dias de sol, vi-te nos dias de chuva. Mas não te vi hoje. Onde estavas?
- Mas eu estive lá, como sempre à mesma hora.
Olhou para o relógio nervoso, que teria acontecido? Ele não se atrasara. Corou, sentindo-se envergonhado: - Esqueceu-me que mudava a hora! - confessou
Riram-se os dois. Ela convidou-o para um café, ele aceitou. Juntos desceram ao café da esquina.